Hagel, também chamado de Hagal ou Hagalaz, indica o granizo, a “chuva de pedras”, muito conhecida pelo estrago que faz nas plantações.
Entretanto, nos versos do poema rúnico, Hagel é apresentado de maneira paradoxal:
O granizo é o mais branco dos grãos. Lançado dos céus, rodopia com o vento e transforma-se em água.
Tradução livre de Mirella Fair
As pedras de gelo são vista como grãos sendo lançados dos céus, como se a Natureza estivesse semeando alguma coisa. A seguir ele transforma-se em água, um elemento benéfico para as plantações.
Hagel é conhecida como a runa da transformação. Após uma chuva de granizo, apesar de destruição causada, o solo está bom para um novo plantio.
Na nossa vida pode indicar um período de crise, onde alguma coisa foi perdida, da qual podemos nos recuperar e ainda colher algo significativo. Por exemplo, um divórcio, a perda de um emprego, uma doença que nos deixa um bom tempo acamados. Tem um significado semelhante à Morte do Tarot: transformação por meio de uma perda.
Modelo de Elisabeth Kubler-Ross
Elisabeth Kubler-Ross foi uma psiquiatra suíça que, trabalhando com pacientes terminais, estabeleceu modelo que mostra as atitudes de uma pessoa diante da morte. Ela reconhece cinco estágios:
Negação: a pessoa nega que está próximo da morte;
Raiva: a pessoa fica com raiva de estar naquela situação e escolhe um alvo para direcionar a sua raiva. Pode ser uma divindade em quem acredite, abstrações (“o sistema”), uma pessoa real (o médico que lhe deu o diagnóstico) ;
Barganha: a pessoa tenta negociar com seu destino, direcionando apelos à divindade ou fazendo promessas como “vou deixar de fumar”, “vou ajudar mais velhinhas a atravessar a rua”, etc;
Depressão: a pessoa se entrega à tristeza profunda;
Aceitação: a pessoa aceita o inevitável
Esse modelo pode se estendido a qualquer crise onde há uma perda significativa, como o divórcio, a perda de um emprego, uma grande perda financeira e até a aposentadoria (que pode representar um corte com ligações do passado). Ou para coisas mais simples, não de forma tão dramática, como a perde de uma oportunidade (onde a negação pode ser traduzida como frase da raposa na fábula A Raposa e as Uvas: “as uvas estavam verdes”).
Nem sempre ocorre nesta ordem e nem todos os estágios precisam ocorrer.
Esse modelo servirá como uma ferramenta para construirmos nossa meditação. Porém, como não é algo definitivo como a morte, nosso objetivo será que a pessoa tenha energia pra seguir em frente.
Meditação
Esta meditação chama-se “quebrando as pontes”, que permitirá a pessoa ir mais rápido em direção à Aceitação. Em situações do tipo uma perda de emprego, é preciso que nos recuperemos rapidamente para podermos nos colocar numa nova situação sem carregar sequelas.
Neste caso, a Aceitação não é pura e simplesmente deixar o fluxo seguir, mas arregaçarmos as mangas para construir um novo começo, que a runa Hagel sugere. Após o granizo, temos que preparar o terreno para um novo plantio.
Quebrando as pontes:
Relaxe seguindo seu método preferido;
Imagine o seguinte cenário: há um desfiladeiro e uma ponte de cordas unindo os dois extremos. De um lado está você e o que vai deixar e outro, o seu novo futuro;
Do lado onde você está coloque mentalmente coisas que represente sua ligação com o que vai ser deixado. Misture coisas positivas com negativas. Por exemplo, se foi um emprego do qual foi despedido, imagine seu posto de trabalho, os colegas, o chefe. Se foi um divórcio imagine seu (sua) ex, a casa onde moraram, etc..
Do lá de lá imagine apenas um nascer do Sol;
Olhe para o que vai deixar e se despeça com um gesto;
Examine a ponte sinta que ela é segura;
Comece sua caminhada. Ela não precisa ser rápida demais, nem lenta, mas tem que ser firme e constante. Não olhe nem para trás, nem para baixo. Embaixo está a depressão, pela qual não quer passar;
Ao chegar o do outro lado, com uma faca corte as cortas que mantém a ponte. Observe-a cair;
Caminhe em direção ao por do Sol.
Abra os olhos.
O efeito desta meditação é um alívio das tensões e a sensação de estar energizado para enfrentar o futuro.
