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Natal e Runas – Duas tradições e as trocas de presentes

Presente de Natal
No Natal, um presente demonstra valor

Estamos acostumados em pensar no Natal como uma época de confraternização, mesmo para quem não tem uma crença muito firme na tradição cristã.

Um dos atos desta tradição é a troca de presentes. E é aqui que entram as runas, o oráculo dos Vikings. Em inglês, a palavra gift da runa Gifu, que tem o significado de presente,  significa também de perdão.

Natal e Runa
Reunindo duas tradições: Natal e Runa

Na tradição de doar no verdadeiro espírito natalino vamos uma aproximação das duas tradições. No cristianismo, a época de Natal é frequentemente associada com o perdão, às vezes sincero, outras vezes um tanto quanto fingido, mas, de qualquer forma, nos reunimos para trocar presentes, esquecendo diferenças passadas.

Que tal aproveitarmos este momento para realmente perdoar alguém, usando tanto o espírito natalino como a magia das runas?

A Runa Gifu

A runa Gifu é representada por uma cruz em X. Os americanos e ingleses costumam abreviar a palavra Christmas (Natal) com Xmas. Este xis na realidade é a letra grega Chi, aproximando grosseiramente a pronuncia da palavra Christmas.

Gifu Gift Natal Xmas
GIfu, o X de Xmas (Natal)

Normalmente este runa está associada a “dar um presente” como monstram estes versos, tirados do poema rúnico (em tradução livre):

 

Um presente demonstra valor
Poderoso é aquele que o pode dar
Feliz é proscrito que o recebe
Grande é o momento, o povo percebe

Os versos parecem estar ligado apenas ao ato de dar e receber presentes.

Todavia, a palavra proscrito nos lança uma dúvida. Por que “proscrito” para aquele que recebe um presente? E por que um grande momento para o povo todo perceber?

Houve uma fase do povo Viking em que ele era nômade. Para uma tribo nômade, os crimes cometidos por um membro do grupo só podiam ser punidos de dois jeitos: com a morte, em casos mais graves, e com a exclusão do grupo, para crimes mais leves, já que não havia como aprisioná-lo.

O criminoso continuaria no convívio do povo, mas as pessoas o colocariam de lado, não conversando com ela. Ele seria um proscrito. Isso duraria até o momento em que qualquer pessoa desse um presente para ele.

Esta é a origem da palavra perdoar, que significa dar para (no inglês forgivegive for).

O proscrito então estará perdoado.

Runas
Runas

Como traduzir isso para os dias de hoje? Vivemos em sociedade e muitas vezes somos obrigados a conviver com pessoas que nos prejudicaram. Então os proscrevemos de nossa vida, ou seja, passamos a evitar a pessoa, se possível não o cumprimentamos, falamos o mínimo necessário. Todavia este convívio diário nos traz sempre a lembrança daquela mágoa e temos o ressentimento (no sentido exato da palavra re-sentimos aquela mágoa). Este ressentimento só nos traz prejuízos. A pessoa que nos fez mal nada sofre. Então temos que aliviar o fardo, perdoando a pessoa. Isso não significa que vamos voltar a confiar na pessoa ou reatar os laços de amizade com ela. Só queremos que o nosso ressentimento vá embora.

Perdoar não significa nem esquecer nem desculpar o comportamento. Nem que você deva gostar desta pessoa. Significa apenas deixar ir.

Se você não perdoa você gasta uma energia sua para manter o mau sentimento. Sempre quem perde é quem tem o mau sentimento.

O não-perdão cria um vínculo desnecessário.

Caverna
A caverna como símbolo do inconsciente

Há um exercício interessante, que podemos associar a esta runa:

Imagine que você está numa caverna e vê a pessoa com quem você tem uma diferença entrar.

Imagine que existe um cordão ligando você a esta pessoa (é o link do não-perdão).

Imagine que você está cortando este link. Nesta fase, algumas pessoas sentem um vazio muito grande. Há algo de você nele.

Imagine agora que entra na caverna uma figura que é você evoluído, aquele que já superou este problema.

Conecte-se a você mesmo por este link.

Sinta o benefício de receber a energia de você mesmo evoluído.

Agora imagine que a pessoa ligando-se ao outro eu dele evoluído. Ele agora compreende o porquê de seu comportamento e decide deixá-lo só.

Imagine-o indo embora da caverna.

Sinta o alívio que isto representa.

 

Agora faça um teste. Imagine que você o encontra num ambiente qualquer.

Que sentimentos virão? Se forem negativos refaça o exercício. Se forem neutros (ele é como qualquer outro) ou positivos (até que ele não é um mau sujeito), é sinal que funcionou.

Por fim, a nossa ceia de Natal. Que tal, quando estiver se preparando para a festa, fazer este exercício mental tendo como protagonista aquele primo chato que vivia lhe passando a perna, que você infelizmente tirou no amigo secreto? Ou aquela tia fofoqueira, que quando você era criança apertava a sua bochecha? Assim, o ato de dar o presente ganha o real significado da runa Gifu.

Então, seu Natal será realmente feliz.

Alvaro Domingues – dezembro 2017

Imagens obtidas no Visual Hunt

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